quarta-feira, 15 de abril de 2009

Viajante no Tempo

Eu simplesmente caí no mundo
E numa ponte me escondi
Vi homens possuídos de maldade
Vingadores e criadores de ódio
Eu tive medo de que eles me vissem
Olhei atrás daquele exército
E vi crianças chorando
Não adianta eu me esconder
O mundo é mesmo o que vejo
Oceanos de sangue, territórios de mortos,
Vidas sem vida, dor, gritos e tiros

Eles me viram!
Corri para me esconder de novo
Entrei num esgoto
E por um espaço na tampa do buraco
Eu vi a bota do soldado
Eu sentei e esperei ele sair


O mundo não era assim
As pessoas o deixaram assim
Assistiam guerras, anúncios de mortes
Drogas, acidentes, miséria e poluição,
Tudo pela televisão. Parecia normal...
Muitas delas pensavam que tudo era filme
Uma realidade distante, um lugar inexistente
Não refletiam porque faltava tempo

O soldado saiu
Ouvi uma mulher gritando pelo seu filho
Logo em seguida, um tiro.
Não ouvia mais o chamado.
O esgoto estava cheio de ratos
Tinha um monte de baratas andando na minha calça
E o cheiro era horrível
Eu estou a alguns anos a frente do seu tempo.


O ódio reage em cadeia
Faça alguma coisa para a paz reinar
Não ache normal o mundo do jeito que está
Não deixe de amar!

O moço voltou e ficou parado
As botas dele estavam sujas de sangue
De repente a tampa do buraco sumiu
E a luz cegou meus olhos


Mais uma criança morre violentamente metralhada
Fuja do mundo enquanto há tempo.

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